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sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Guimarães Azul



Olá, queridos leitores! Faz tempo que não posto nada aqui, não? Para falar a verdade, até quis escrever mais nesses últimos meses, tive boas ideias que se perderam devido à falta de tempo para transformá-las em texto.
Minha recente passagem pela cidade na qual passei a infância, Cachoeiro de Itapemirim, no ES, trouxe a inspiração necessária para esse texto. Aliás, minha terra adotiva (nasci no RJ) é tudo para mim, minha fonte, meu berço, meu piso e minha base. Sempre que vou até lá, só volto trazendo coisas boas na mala.
Há, em Cachoeiro, uma tradicional escola de Ensino Médio, chamada Guimarães Rosa. Por lá passaram diversos conhecidos e familiares meus, desde que me entendo por gente. Essa escola funciona em um antigo prédio de dois pavimentos, que era, desde que eu me lembrava, pintado de cor-de-rosa. Seus estudantes também sempre usaram uniformes em que a calça/bermuda é verde e a blusa rosa (sim, é isso mesmo: “me leva que eu vou, sonho meu, atrás da verde-e-rosa só não vai quem já morreu!”), até os dias atuais.
Bem, durante os últimos cinco anos em que morei na cidade, minha casa era perto do prédio da escola, no qual também funciona a Loja Maçônica Fraternidade e Luz. Na minha casa há livros de Guimarães Rosa, então, eu sabia que o nome da escola era uma homenagem ao famoso escritor. Porém, houve um dia, não me lembro se em 1996 ou 97, em que, ao passar em frente ao prédio, encontrei uma novidade que provocou um choque nas minhas ideias: ele havia sido pintado de azul!
Imaginem a cena: a escola tem “Rosa” no nome, na cor do uniforme e também tinha, até então, na cor do prédio. Era impossível não associar o “Rosa” do nome às cores! Aí, foram lá e pintaram o prédio de azul, cor que permanece até hoje. A primeira coisa que passava na cabeça de quem via, mesmo sabendo quem havia sido Guimarães Rosa, era que a escola tinha virado “Guimarães Azul”!
Eu lembrava disso durante conversa com dois primos que estudaram lá, dizendo que era associação lógica de criança, mas, pasmem, eles me disseram que, até hoje, ainda sonham ver o prédio pintado de rosa novamente (e eles já o conheceram azul, pois estudaram lá entre 2006 e 2008). Então, só posso concluir que não foram só as crianças que se surpreenderam e fizeram o trocadilho da cor com o nome. Enquanto isso, continua tudo azul para os alunos do Guimarães Rosa. Ou seria tudo rosa para os alunos do Guimarães Azul?

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Onde a vida acontece


Olá, queridos leitores! Quanto tempo, não? Andei sumida, sim. Tenho andado muito ocupada, mas nunca me esqueço de vocês ou do blog.
Há tempos venho querendo escrever esse post e acredito que muitos acreditam nessa ideia. Vivemos em um mundo que nos cobra, mais que resultados, seriedade. Correto é ter emprego, estudar, fazer cursos “sérios” e levar uma vida honesta e regrada. Até aí, tudo bem, todo mundo precisa, mesmo, de tudo isso, porém, existe um “algo mais” que falta para fechar a conta.
Tem muita gente que torce o nariz para quem fala abertamente que gosta de diversão. Logo querem tachar a pessoa de irresponsável, como se ela não merecesse algum prazer depois do trabalho. Reparem que eu não estou defendendo pessoas que não fazem nada e só querem farra, mas sim aquelas que cumprem suas obrigações ditas “sérias” e aproveitam as coisas boas da vida fora delas.
Se há algo muito claro para mim é que a vida não acontece no escritório e nem na sala de aula. Nesses ambientes você trabalha para o seu sustento e estuda para adquirir as bases para melhorar de vida, mas é nos eventos que você irá estabelecer os melhores contatos.
Quando falo em eventos, não me refiro apenas a festas. Mesmo eventos de trabalho e de estudo, como seminários, conferências, palestras, são boas oportunidades para ampliar sua rede. E quanto aos momentos de descontração mesmo, como festas e happy hour, também é possível enxerga-los além da diversão em si. Quantos projetos de sucesso começaram a ser construídos em reuniões informais ou encontros festivos?
Então, o que eu quero dizer é: saiam! Saiam de suas casas, seus escritórios, suas salas de aula. Saiam para ganhar o mundo e deixem o mundo ganhar vocês também. Se alguém vier falar que você está perdendo seu tempo indo eventos, sejam eles de que natureza for, lembre a essas pessoas que a organização de eventos é um negócio que movimenta muito dinheiro e, portanto, o produto (ou seja, o próprio evento) deveria ser levado mais a sério.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia Internacional da Mulher

Bom dia a todos e, hoje, em especial, a TODAS. Sim, porque é Dia Internacional da Mulher e acho que a data merece ser comemorada.
Como nem tudo são flores, nem tudo é festa, resolvi escrever aqui algumas observações sobre nosso fantástico gênero.
Tudo começou na terça-feira, dia 6 de março, quando o consultor político e compositor (segundo a identificação que constava na página) João Santana publicou, em coluna na Folha de S. Paulo, texto no qual afirmava que a Amélia da composição de Mário Lago era uma injustiçada. Em sua defesa, utilizou argumentos que me assustaram, embora eu saiba que não é o único a pensar assim, mesmo nos dias de hoje. Ao transcrever e comentar trechos da famosa canção, chegou ao cúmulo de dizer que é “feminista” e “poético” passar fome ao lado do marido e seduzi-lo para esquecer a necessidade na cama! Certamente, o autor do texto sempre deve ter tido comida na mesa para escrever um absurdo desses! E mais: “fazer amor” para saciar a fome é algo que só existe na cabeça de poetas desavisados! Não vou nem entrar no mérito do gasto de calorias em tal atividade, o que, no mundo real, costuma dar mais fome, mas, e os filhos que depois serão colocados no mundo quando o casal não tem estrutura nem para si? Os resultados são bem atuais e estão, na melhor das hipóteses, espalhados por sinais de trânsito das cidades... Não, senhor colunista, passar necessidade não é bonito nem em linguagem poética!
O colunista opôs a mulher que vive para satisfazer os desejos do marido àquela que vive para gastar o dinheiro dele. Está certo que o tempo em que canção foi composta era outro, mas, se alguém desenterrou isso a 48 horas do Dia Internacional da Mulher, é bom lembrar que, hoje, a mulher não precisa viver para gastar o dinheiro do marido, porque, à custa de muita luta, ela conquistou espaço para ganhar o seu próprio dinheiro e, sim, fazer o que quiser com ele.
Hoje pensei muito nas mulheres que me cercam. Todas, de alguma forma, são exemplos, nem que seja daquilo que eu nunca quero ser na minha vida!  E se tivesse que, hoje, nesse dia 8 de março de 2012, escrever me dirigindo a alguém em especial, escolheria minhas duas irmãs adolescentes, de 12 e 15 anos, e diria para elas:
- Cuidem-se. Estudem, tornem-se profissionais competentes e invistam sempre em vocês. Cuidem da saúde e da aparência. Não precisam ser escravas da moda ou andar parecendo bonecas, mas desleixo não é bom para ninguém e, principalmente, é péssimo para a própria pessoa.
- Ousem. Usem o que tiverem vontade de usar, cortem o cabelo como quiserem cortar, escolham a carreira que sentirem vontade de seguir. Vou contar para vocês uma história: aos 17 anos, quando estava para entrar na faculdade, resolvi cortar meu cabelo curtinho e passei 2 anos com esse corte. Bem, aquelas pessoas que são exemplos do que eu nunca quero ser na minha vida diziam que cabelo curto é para homem, que mulher tem que ter cabelo longo, que eu gostava de ser feia, etc... Agora, pessoas interessantes diziam que eu passava a imagem de uma mulher independente, que era muito feminina (palavras de um desconhecido com o qual esbarrei 3 vezes!)... Acho que, pelo que meus leitores conhecem de mim, nem preciso dizer que preferi os segundos, não é?
- Não sejam “pedaços de carne”. Vocês podem ser as “gostosonas do pedaço”, mas, sem conteúdo, nada resiste muito tempo. Informação, maturidade, saber conversar e se relacionar são atributos muito mais importantes do que um corpo bonito;
- Olhem por cima, sempre! Quando alguma mulher se meter sem ser chamada na vida de vocês, prestem atenção: ou é uma tremenda frustrada que tem inveja do sucesso de vocês, mas não admite isso nem para ela mesma; ou é uma idiota que teme pelo que o homem dela pode querer com vocês; ou é as duas coisas! Enfrentem e façam por onde ser maiores que essas tralhas que só servem para levar os outros para o buraco de onde elas nunca deveriam ter saído!
E, por fim, lembro a todAs que o nosso dia deve ser todo dia, o dia de mostrar ao mundo nosso valor e nossas qualidades! Somos fortes, guerreiras, lutadoras e sonhadoras. Antes de sermos mães, avós, filhas, esposas, namoradas, amantes e amigas, somos mulheres e isso é o que nos une.
E lembro a todOs: cuidem bem das mulheres das suas vidas. Valorizem, deem carinho, mimem, ouçam. Se vocês não fizerem isso, lembrem-se: o mundo tem 7 bilhões de habitantes e, entre eles, certamente deve existir um disposto a fazer o que vocês não fazem e, quando vocês perceberem, poderá ser tarde demais.

quinta-feira, 1 de março de 2012

No aniversário da cidade

Boa noite, queridos leitores!

Não apareci por aqui em fevereiro, mas espero que todos tenham passado bem e aproveitado muito o Carnaval como eu aproveitei o meu.

Hoje, dia 1º de março, é aniversário da cidade do Rio de Janeiro, onde nasci e onde vivo. Por alguma razão que a própria razão desconhece (ou não, eu diria que a razão é bem conhecida e tem um nome: Facebook), a data me inspirou uma série de reflexões.

Depois de um dia normal de trabalho, fui entregar umas roupas para doação em Botafogo. Caminhar pelas ruas daquele bairro sempre me faz lembrar o tempo, ainda tão recente, em que a vida era sonho e sonho era realidade. Eu olhava as casas antigas, os prédios novos, os empreendimentos e as reformas e pensava nos doces momentos passados, nos tantos amargos que vieram durante e depois e na eterna possibilidade de transformar o limão em limonada e o ananás em abacaxi pérola.

Perdida nessas reflexões, olhei para o Cristo Redentor, ali tão perto, lá no alto. Nasci no Rio, mas fui morar no Espírito Santo ainda bebê e só fui ter alguma noção do que era o Rio de Janeiro durante umas férias em 1993, e lembro-me de ficar impressionada com duas coisas: o tamanho da estátua do Cristo e os túneis. E hoje, de repente, andando pela rua, me peguei olhando para aquela estátua com os pensamentos em oração.

A caminhada, as lembranças, as orações, tudo, de repente, veio se juntar a mudanças recentes e boas, que começaram a trazer a minha esperança perdida de volta. Por que não? Ainda vale a pena lutar, é certo que vale!

Continuei caminhando, pois, perto dali, braços aquecedores me esperavam, e aquele calor me faria bem mesmo em um dia quente como o de hoje. O fim do dia, com suas belas cores, foi um espetáculo à parte. O brilho dourado que o sol espalha no fim da tarde, a paisagem refletindo a cor do céu... Nesse aniversário do Rio, a canção de um grupo de Minas Gerais, de repente, passou a fazer todo sentido, com versos que dizem: “Tudo é tão bom, e azul, e calmo como sempre (...)”.

E que seja calmo, que seja azul, mas que todas as cores apareçam e brilhem como for devido! O ano inteiro, por toda a cidade! Existem muito mais que 447 motivos para amar a cidade e para olhar para o alto e agradecer por fazer parte dela. Se o mundo não tem sensibilidade para entender isso, azar o do mundo! O melhor dia é hoje, e não só esse 1º de março (que, aliás, agora já é 2 de março), mas qualquer dia que se inicie nas nossas vidas. Deve-se sim, lutar e correr atrás da sorte, porque, embora às vezes a realidade pareça um sonho, ela continua a ser realidade, e quando o pesadelo se traveste de realidade, por mais real que seja, nunca deixa de ser pesadelo. E ninguém gosta de pesadelo aqui, não é?

Um ótimo fim de semana para vocês! E um feliz 2012, agora que o ano começou de verdade!


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Modismos alimentares

     Boa tarde a todos e feliz 2012! Apesar de janeiro já se aproximar do fim e de 2013 estar cada vez mais próximo (sim, agora só faltam 348 dias para chegarmos lá), este será o primeiro post do ano. Informo a vocês que continuo a mesma, com as ideias sempre a mil que se movimentam sob cabelos cada vez mais ruivos.
     Desde 2011 vinha pensando em escrever sobre modismos alimentares, inspirada, talvez, pelas receitas postadas no Double Dose (grupo do qual participo no Facebook). No meio do caminho apareceu um pato que pensava que era cisne e essa ideia foi para debaixo da pilha. Agora que começou um novo ano, uma das promessas sempre inclui tirar do papel o que ficou pendente no ano anterior (apenas um adendo: eu não faço promessas de Ano Novo!), e é isso que eu faço agora, nesse post.
     Que a gastronomia também se desenvolve através de tendências, assim como a moda, todo mundo sabe. Pensemos em que tipos de produtos alimentícios são vendidos nas praças de alimentação e nas “ilhas” dos shoppings hoje e que não o eram há dez anos. Muitos, não?
     Passei minha infância em uma cidade onde esse tipo de novidade chega sempre com atraso, quando já não é mais novidade em cidades maiores. Mas, desde 1999, quando vim para o Rio, observo que foi e o que é moda na hora das refeições e dos lanchinhos informais. Alguns vieram para ficar; outros, quando a moda passar, já terão ido tarde!
     No primeiro grupo eu incluiria dois itens: pão de queijo, com várias lojas que viraram franquias, normalmente oferecendo o produto acompanhado por mate; e empadas, oferecidas em diversos sabores em lojas especializadas.
     Foi por causa da moda do mate com pão de queijo que esse último invadiu os supermercados a preços acessíveis, facilitando nossas vidas, uma vez que a massa do delicioso pãozinho é bem difícil de fazer.
     Quanto às empadas... Bem, para mim, elas mereceriam um texto à parte! Quem me conhece bem sabe que sou fã desse salgado desde sempre! Agora, poder escolher entre mais de 10, às vezes mais de 20 sabores de recheios para minha massa preferida, definitivamente, é algo que eu nunca vou querer que acabe (embora muitas lojas das franquias que se abriram em torno desse produto já tenham fechado suas portas).
     Em anos mais recentes, merecem destaque quatro iguarias que dividem bastante meu gosto.
Os cones, ou temakis, não me empolgam muito. Experimentei um sabor Califórnia, de manga com kani e cream cheese, há uns dois anos, quando os enroladinhos em folha de alga estavam no auge de sua popularidade. Até achei gostoso, mas, só em saber que maioria deles é feita com peixe, dificilmente serei vista comprando nas lojas especializadas (aliás, muitas já fecharam também).
     Uma moda alimentar que eu costumo chamar carinhosamente de “maldição” é a dos sorvetes de iogurte. Eu não gostar daquilo é estranho até para mim, uma vez que adoro tanto sorvete quanto iogurte, mas, não dá! Tentei várias vezes, culpei os toppings (sim, os acompanhamentos têm um nome próprio para esse produto), experimentei variações e nada feito! Para mim, os famosos frozen yogurts lembram uma infame piada de dois portugueses assaltando um banco, impossível de ser reproduzida nesse espaço. Mas, como meus gostos não determinam o aquecimento do mercado, as lojas daquela coisa horrorosa continuam pipocando por aí, e tem gente que adora (é claro, se não tivesse, não teria virado moda, errr...).
     Os cupcakes nos shoppings parecem ter os dias contados. Eu disse NOS SHOPPINGS, porque nas festas eles continuam com sucesso absoluto. Os bolinhos são realmente muito práticos e bonitos. Quando bem feitos, são gostosos também.
     Já os brigadeiros, que começaram a mostrar timidamente, em festas, outras formas de serem servidos, como alternativas ao tradicional docinho enrolado em chocolate granulado e servido na forminha de papel, estão com tudo! As chamadas “brigaderias” demoraram para chegar ao Rio, de onde escrevo, mas sei que em São Paulo já são antigas (sim, esqueci de dizer que a vanguarda dos modismos alimentares encontra-se lá). Brigadeiros de colher, na embalagem de papinha de neném (algumas vêm com uma colherzinha), na bisnaga de pomada, em caixinhas especiais... Irresistíveis, com certeza!
     E vamos, assim, nos preparando para novas tendências que virão por aí, degustando as que já estão e passando longe das que não nos agradam, afinal, não somos escravos da moda, certo?