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domingo, 30 de janeiro de 2011

Algumas considerações sobre o trabalho

Boa tarde a todos!
O fluxo de posts tem sido baixo, eu sei. Criei a maior expectativa no início, mas levo mais de 3, 4 dias para escrever algo novo. A verdade é que não acho correto escrever no horário de trabalho, e quando chego à casa não tenho muita paciência para ficar no computador. Daí, decorre que é mais seguro escrever nos fins de semana.
E por falar em trabalho, esse é um assunto ocupou bastante minha cabeça nos últimos dias. Já faz bastante tempo que eu penso sobre isso, e agora, com o blog, divido com vocês o que se passa nessa cabeça sempre a mil.
É muito bom ter emprego, direitos, segurança e por aí vai. Para quem vive no mundo acadêmico, é importante receber bolsa de estudos (de preferência, que ela seja paga em dia) e realizar suas atividades financiado por ela. Para quem gosta de comprar coisas bonitas e exclusivas, é importante que existam artesãos que trabalhem em suas casas, sem vínculos profissionais, que virem noites produzindo aquilo que agrada nossos olhos, mas apavora nossas mãos só de pensarmos no trabalho que deu para ficar pronto! Com isso, quero dizer que todo trabalho é importante, seja ele de que natureza for.
Infelizmente, o país no qual eu vivo teve um governo ditatorial na primeira metade do século XX que promoveu uma campanha de valorização dos trabalhadores e, por conta da mentalidade fomentada por esse movimento, a ideia de “trabalhador” passou a ser vinculada à de “batedor de cartão”. Trabalhador é o empregado, a pessoa de carteira assinada, direitos garantidos, horários fixos. Isso é o que dizem aqueles que ainda estão impregnados dessa ideia retrógrada e, infelizmente, são muitos.
Hoje eu tenho um emprego e tudo isso que foi citado acima. Mas houve um tempo, não tão distante, no qual eu fui bolsista de pesquisa, e foi uma época na qual eu tive algumas das maiores experiências profissionais da minha vida. Foram dois anos de trabalho intenso, atividades de alta responsabilidade, e até hoje ainda carrego a dor de lembrar que existem pessoas que, à época, diziam que eu era uma “privilegiada que ganhava para estudar”. Não, não e não, senhores! Bolsistas de pesquisa, sejam eles do nível que forem, não são “estudantes profissionais”! Ser pesquisador é trabalho, e bem difícil, diga-se de passagem.
Se fosse para seguir a mentalidade dessas pessoas, poder-se-ia dizer que aqueles que trabalham por conta própria também não são trabalhadores, certo? Afinal, cadê o emprego, a carteira, os direitos e os horários? Penso na minha mãe, que perde noites de sono com seus crochês e bordados de altíssima qualidade (aceito encomendas, a propaganda é grátis). Ou na Ruth, manicure que atendia a mulherada no meu antigo trabalho, que às vezes ganhava mais de R$ 200,00 (duzentos reais) por dia fazendo unhas (valores que, somados todos os dias do mês, superam os rendimentos de muitos “batedores de cartão” por aí). Para as mentes tacanhas de muitas pessoas, são duas “coitadas sem emprego”. E o tanto que elas trabalham, não conta?
Deixo aqui, então, todo meu respeito e admiração por todos aqueles que trabalham por conta própria, e também aos colegas pesquisadores que recebem bolsa e se desdobram para viver com ela. Vocês são, sim, trabalhadores, e o trabalho de vocês faz toda a diferença na vida de muitas pessoas, inclusive daquelas que, desrespeitosamente, perguntam por que vocês não procuram um emprego fixo.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A educação necessária


Educação é um daqueles temas “da moda”. É bom que seja assim, uma vez que o país encontra-se em rota de desenvolvimento e não há como evoluir sem que a população esteja devidamente preparada para acompanhar esse processo. O governo cria programas de incentivo, muda o sistema de ingresso nas universidades e, assim, acredita-se que a situação caótica da educação no país vai se resolvendo.
É importante ver tanta gente terminando o Ensino Médio, cursando faculdades, ampliando suas qualificações profissionais. Recentemente, uma amiga me disse que já existem editais de concursos públicos que pedem uma segunda graduação, uma vez que a primeira já deixou de ser um fator diferencial.
E assim, enquanto as estatísticas mostram dados bonitos de uma população mais escolarizada, existe outra educação que, pelo que se vê nas ruas, está cada dia mais decadente. Não falo da educação formal, de conteúdos escolares, mas sim da educação no trato com os outros, com os bens públicos e com a coletividade.
Diariamente uso transporte coletivo para ir e voltar do trabalho. Os horários são de grande movimento e não é raro ver e ouvir passageiros utilizando calões e outros impropérios para reclamar, por exemplo, quando o motorista passa do ponto. Não que o motorista esteja certo ao fazer isso, mas as pessoas deviam escolher melhor os termos que usam para se expressar. Não sou hipócrita ao ponto de dizer que palavrões me chocam, ou que nunca faço uso deles, mas acredito que, em público, devem ser evitados, principalmente quando desrespeitam um profissional no exercício do seu trabalho (por pior que seja a forma como ele o exerça).
E não para por aí: as pessoas continuam furando filas, jogando lixo no chão (quem leu o post “Eu vou de escada pra elevar a dor” sabe bem das consequências que essa prática pode acarretar), usando impropérios para se dirigir a quem elas nem conhecem, sujando e depredando banheiros de uso coletivo, e depois dizem que a vida na cidade é péssima. É péssima porque os hábitos de seus moradores assim o são. Se houvesse um pouco mais de civilidade, e isso não se aprende na escola, muito menos na universidade, a vida seria menos tumultuada.
Há alguns anos, ainda no colégio, ao responder em um daqueles cadernos de pergunta (quem foi adolescente entre o fim da década de 90 e início da de 2000 sabe do que estou falando) sobre o que eu definia como educação, escrevi: “o que todos precisam, alguns recebem (hoje, muitos) e poucos têm”. Hoje, talvez uma década depois, vejo que tinha razão.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Olha o macaco do rabo comprido!

Boa noite a todos!

 Para quem não sabe, hoje, dia 20 de janeiro, é feriado no Rio, dia de São Sebastião, padroeiro da cidade. Hoje não trabalhei e, por isso, estou agora no computador (pois normalmente chego nem querendo olhar para essa máquina).
 Os dias da semana até aqui passados foram bem interessantes, e uma ideia para escrever aqui vinha martelando na minha cabeça desde o fim da semana passada. Informações que chegam daqui, pedaços de conversas ouvidos ali me lembraram muito uma história que minha mãe me contava na infância (a qual ela, por sua vez, também aprendeu em tal fase da vida).
 Não vou contar a história em detalhes aqui, mas ela trata de um macaco de rabo comprido, que se irritava ao ouvir, por onde passava, os outros gritando: "Olha o macaco do rabo comprido!". Ao longo da narrativa, ele vai ao barbeiro, pede que esse lhe corte o rabo e depois se irrita porque os outros, quando o vêem, gritam: "Olha o macaco sem rabo!".
 Guardadas as devidas proporções e os detalhes da fábula, essa história me voltou à mente agora, quando eu, aos 23 anos, acumulo experiências traumáticas envolvendo pessoas que se dizem guardiãs da moral e dos bons costumes.
 Quem me conhece sabe da minha antipatia total e irrestrita a pessoas moralistas. Sábio foi Nelson Rodrigues quando escreveu que, a quem lhe apresentasse um moralista, ele mostraria um devasso. A vida mostra que é assim mesmo: quem se ocupa demais em vigiar e apontar possíveis desvios alheios está, na verdade, muito preocupado em esconder os próprios, que normalmente são mais graves.
 Eu sei que isso pode parecer "sabedoria de para-choque de caminhão", tipo: "falar de mim é fácil, difícil é ser eu", ou "falar de mim é fácil, quero ver é pagar minhas contas". Infelizmente, a realidade é essa.
 Só que "o mundo gira, a gente gira tudo ao redor"  (genial, Dudovshka!), e sempre existem olhos suficientemente abertos para enxergar, memórias suficientemente ativas para lembrar. O barbeiro (que pode assumir a forma de ascensão social, profissional, conversão religiosa, mudança de estado civil ou de endereço, e por aí vai), por melhor que seja o corte que faça, sempre deixará vestígios de que ali existiu um rabo comprido, mesmo que, aparentemente, o macaco esteja sem rabo.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

"Eu vou de escada pra elevar a dor"

Boa tarde a todos!

O fim de semana foi agitado e por isso não passei por aqui, mas, como não sou capaz de abandoná-los, nem de abandonar o blog que resolvi levar a sério, aqui estou novamente.
Como meu senso de revolta com instituições públicas anda aflorado desde o último post (aquele dos Correios, lembram?), hoje vou falar sobre algo que me irrita igualmente. Porém, com um elemento novo: a revolta não é mais contra uma instituição, mas contra o que as pessoas fazem com as obras públicas.
Moro na cidade do Rio de Janeiro há quase 12 anos. Desses 12, há 11 eu possuo uma relação bem estreita com o bairro de Bangu. Foi lá que eu estudei nos meus últimos 5 anos de colégio, é lá que fica a primeira biblioteca pública que eu frequentei nessa cidade, os primeiros bares aos quais eu fui sozinha ou com amigos, enfim, faz parte da história da minha vida.
Quando eu fui estudar lá, em 2000, o bairro ainda não havia passado pela reforma urbana promovida pela prefeitura, num projeto que, à época, era chamado RioCidade. A região na qual eu estudava, bem no centro do bairro, era caótica: pontos de ônibus na porta de um supermercado de grande circulação; restos de verduras, frutas e peixes na principal avenida; trânsito ruim; comércio fraco e provinciano. Então, em fins de 2002, foi entregue a obra: o trecho da Avenida Ministro Ary Franco no qual o trânsito era ruim virou rua de pedestres; o calçadão que já existia na Avenida Cônego de Vasconcelos, do outro lado da linha férrea, foi ampliado; toda a extensão do calçadão, de ambos os lados, foi coberta, e nessas coberturas foram instalados climatizadores para os dias de calor (para quem não sabe, Bangu é o bairro mais quente do Rio de Janeiro). Porém, a grande novidade, mais do que os climatizadores (ou "desmanchadores de escova", para as mulheres) e os chafarizes em forma de gêiseres, era a escada rolante, na qual os pedestres poderiam subir até a passarela da estação de trem e, assim, se deslocar entre um e outro lado do bairro.
O que ocorreu a partir da entrega dessa obra certamente constará dos registros de algum colega de profissão (que a exerça, obviamente) - para quem não se lembra, eu sou historiadora - que vá escrever sobre a história de Bangu. O bairro viu o movimento nas suas ruas aumentar, o comércio se ampliou e modernizou, culminando com a inauguração, no fim de 2007, do Bangu Shopping, nas instalações da antiga Fábrica Bangu, que em 3 anos de funcionamento já teve uma expansão inaugurada. Grandes franquias que ainda não haviam se instalado na região abriram suas lojas, produtos que antes não eram oferecidos pelo comércio local apareceram, e assim cresceu mais um centro regional da Zona Oeste.
Porém, todo crescimento traz, além dos benefícios, alguns problemas. No caso de Bangu depois das obras do RioCidade, o principal problema afeta exatamente aquela que era considerada a melhor parte da obra: a escada rolante. Entregadores de panfletos, ao longo desses oito anos de fuuncionamento das escadas, posicionam-se diariamente nos seus acessos e ficam a distribuir seus papeizinhos, que são jogados no chão por quem os recebe, rolam para dentro do maquinário da escada rolante, entopem as engrenagens e... deixam as escadas sem funcionar.
Desde o início foi assim. No começo, eventualmente, uma das quatro escadas aparecia interditada para manutenção. Depois, passaram a interditar duas de cada vez. Até que isso deixou de ser eventual e passou a ser regular, e quando menos se esperou, as escadas pararam de vez, no fim de 2010. Agora, há no local uma placa da prefeitura dizendo que novas escadas serão entregues até o dia 31 de março deste ano, pois o nível de avaria chegou a um ponto que não há mais reparo que dê jeito.
Está quente, as pessoas reclamam de ter que subir pelas escadas com os próprios pés, os que necessitam mais usam os elevadores, e acredito que ninguém se sinta, de certa forma, responsável por essa situação. Não se lembram dos panfletos e outros lixos jogados ao chão, quando não custaria terminar de subir as escadas com eles e jogá-los na primeira lixeira da passarela. Assim, a falta de educação implica na perda de comodidade.
Espero, sinceramente, que quando as novas escadas forem inauguradas, haja uma fiscalização séria com relação ao lixo jogado nelas e nos acessos. Enquanto isso, as temperaturas sufocam, cansam até na sombra, e eu, que nunca jogo nada fora da lixeira, faço como na canção de Ana Carolina e "vou de escada, pra elevar a dor".

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Correios: quem nunca teve problemas com eles?

Boa tarde a todos!
Depois de dois dias ausente, é com pesar que retorno para falar de uma situação muito chata: a ineficiência, para não dizer deficiência, dos Correios. A Empresa de Correios e Telégrafos, suposto orgulho do nosso governo, tem 42 anos de fucionamento. Acredito que seus métodos de funcionamento não tenham se modificado muito desde então, a julgar pela forma como nos tratam e, principalmente, como as nossas correspondências são tratadas.
Não vou generalizar, mas é quase uma regra encontrar nas agências atendentes mal-humorados, reticentes no fornecimento de informações, como se estivessem ali nos fazendo um favor, e muito a contragosto. Isso nem chega a me surpreender, uma vez que no último concurso para essa instituição, ocorrido em 2010, o salário oferecido para atendentes e carteiros não chegava aos R$ 800,00, mas, já que se trata de atendimento ao público, público esse que a cada dia toma mais consciência dos direitos que tem sobre os serviços que lhe são prestados, creio que deveria haver uma preocupação maior quanto a essa parte.
Quanto às correspondências, chegamos a um ponto bastante delicado. Todo mundo sabe que nossa ECT possui um famigerado serviço de entrega expressa, o SEDEX. Tal serviço não é nada barato, mas, acredita-se, paga-se pela certeza de ver seu documento ou pacote chegar mais rápido ao destino. Em 2003 surigiu o SEDEX 10 que, de acordo com a campanha publicitária da época, levava sua encomenda ao destino até as 10h do dia seguinte, podendo, dessa forma, funcionar até em menos de 24h. Para isso, é claro, pagam-se taxas mais altas que as do SEDEX normal, que não são baixas.
 Então, vamos à minha experiência com essa modalidade: no ano passado (2010), precisei enviar uns documentos, em sua maioria faturas bancárias, para os familiares com quem moro e que estavam viajando para outro estado. Como um dos documentos era urgente, me foi solicitado o envio por SEDEX 10, e lá fui eu pagar R$ 22,00 pelo serviço. O documento urgente, que deveria chegar no dia seguinte, levou 12 dias para chegar ao destino. Sim, é isso mesmo, DOZE dias! Não foi meu primeiro problema com os Correios, mas certamente foi o mais grave, tão grave que me fez boicotar esse serviço, usando-o apenas quando não existe absolutamente nenhuma alternativa.
Mas, por que estou escrevendo isso aqui? É simples: nas duas últimas semanas precisei do serviço dos Correios, sendo que a última vez foi hoje, antes de sentar na frente do computador para escrever esse post. Questionada por uma funcionária sobre o porquê de não enviar a correspondência registrada, respondi que meu destinatário preferia a simples porque essa chega mais rápido. Então, ela e outro funcionário perguntaram por que eu não usava o SEDEX. A essa pergunta, é claro, meu sangue ferveu e eu contei a história dos doze dias. Isso depois de ter sido tratada muito mal pela atendente devido a um pequeno equívoco no endereço do destinatário corrigido com uma rasura. Me perguntaram por que eu não pedi restituição dos 22 reais do SEDEX 10 no ano passado, mas, infelizmente, eu só soube do que tinha ocorrido quando a pessoa voltou de viagem, e os atendentes dos Correios nem sempre estão dispostos a ouvir o que os clientes têm a dizer.
Por isso, deixo aqui minha total insatisfação com essa empresa e seus serviços, e convoco todos a dividirem, no espaço dos comentários, situações semelhantes, afinal, quem nunca teve problemas com os Correios nesse país?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Na nossa língua, please!

Boa tarde, queridos!
Hoje, segunda-feira, dia de leseira, aqui estou novamente. Pensei em escrever sobre algo que todo mundo conhece: pessoas que fazem do conhecimento de línguas estrangeiras um elemento de pedantismo. Digo elemento porque não é a língua, em si, que faz com que a pessoa seja pedante, e sim o pedantismo que faz com que ela abuse do uso de termos estrangeiros, muitas vezes sem necessidade, só para mostrar a todo mundo que sabe outro idioma (e muitas vezes, em ambientes onde a maioria, se não todas as pessoas, conhecem muito bem tal língua).
Sempre gostei de inglês, desde criança, e sempre me esforcei para praticar no dia a dia. Quando eu era adolescente, gostava de misturar palavras em inglês nas minhas falas. Muito disso decorria, também, da influência de programas de TV e das músicas que eu ouvia de artistas americanos e de outros países anglófonos. Porém, como destaquei no início do parágrafo, isso foi quando eu era adolescente, e  bem jovem, lá pelos 13, 14 anos, até os 15, talvez. Depois disso, passou, perdeu a graça, ficou ridículo. Para a vida adulta só trouxe o What!? aplicável a situações surpreendentes, que quem me segue no Twitter (@ruivaterrible) já conhece muito bem.
Infelizmente, nem todo mundo sai do colégio e vira adulto. É claro que essa não é uma mudança rígida, cada um tem seu tempo particular de evolução, mas espera-se que o fim dos tempos de escola inaugure nova fase, de mais responsabilidades e comportamento condizente com elas, na vida de cada pessoa. Dado que o tempo evolução é variável para cada um, há pouco tempo me surpreendi ao conhecer mulheres formadas, pós-graduadas, ocupando cargos importantes em instituições de renome, se referindo aos namorados (delas e das outras) como boyfriend, às amigas como "minha best", e por aí vai (esses são os exemplos que eu lembrei agora, mas asseguro que existem outros igualmente horrorosos). Entenderia que minhas duas irmãs, uma de 11 anos e outra de 14, utilizassem esses termos nas suas conversas, mas estou falando de mulheres de 20 e poucos anos, ou 20 e muitos, quase 30, mais de 30, quase 40...
E tem também o clássico caso daquela pessoa que frisa os termos estrangeiros que não têm tradução, como se ninguém mais soubesse disso. Já vi quem fazia questão de enfatizar que tal aparelho era bivolt, que tinha assistido a um filme em IMax, carregando no sotaque só para mostrar que sabia a entonação certa. Será que passou por grande conhecedora da língua inglesa? Sem julgamentos, mas com algum conhecimento de caso, ouso dizer que isso é coisa de pseudo-intelectual fazendo força para aparecer e escondendo falhas de conteúdo.
Não vejo mal nenhum em adquirir conhecimento e dividi-lo com os outros, desde que com uma boa dose de noção, é claro, ou então vamos querer ensinar mecânica quântica a crianças de 3 anos! Saber outro idioma, ou mais de um, é ótimo, mas, na hora de falar na língua materna, falemos só nela, please!

domingo, 9 de janeiro de 2011

Sobre os parênteses

Ontem fiz minha primeira postagem aqui. Divulguei entre poucos amigos que apareceram online no MSN à hora em que a página entrou no ar, e foi o comentário postado por um deles que inspirou o que vou postar agora.
Escrevi que nas minhas postagens serão encontrados muitos parênteses, e Marcos Davi achou interessante, pois nunca tinha visto ninguém fazer uso de tal expressão. Eu tbm confesso que nunca vi, os "muitos parênteses" surigram na minha cabeça no momento da redação e creio que devo explicá-los, uma vez que sua presença constante no meu texto cumpre extamente essa função: a de explicar ou acrescentar observações como quebras do pensamento linear.
 Lembro do meu primeiro período na faculdade, no já distante ano de 2005, quando fizemos a primeira prova da aterrorizante disciplina Metodologia da História I (para quem não sabe, eu fiz faculdade de História). Ao entregar a prova de um aluno que sempre se destacou pela incrível capacidade de trabalhar com as palavras, minha professora, também uma figura muito temida nos corredores do Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (o famoso IFCS, da UFRJ), destacou que, apesar da nota 9.0, perfeitamente atribuível ao texto daquele aluno, a escrita dele era muito "barrococó" (mistura de barroco com rococó, óbvio!). O comentário não parou ali, ela disse que a quantidade de cortes que ele fazia no texto para explicar seu raciocínio era surpreendente. E para interromper seu raciocínio e explicar o que queria dizer ele usava... parênteses! Sim, senhores, parênteses como esses que eu já usei três vezes só nessa postagem.
Quando escrevemos, nem sempre somos tão claros quanto deveríamos (e isso me lembra outra situação dos meus tempos de faculdade, mas eu não vou relatá-la aqui para não parecer nostálgica). Às vezes a falta de clareza é intencional, mas, outras vezes, queremos compartilhar explicações ou pensamentos que ocorrem de maneira súbita. E aí, queridos, os parênteses são uma arma poderosíssima.
Despeço-me dizendo: escrevam muito, escrevam tudo (de preferência, escrevam certo, pelo amor de Deus!), compartilhem seus pensamentos e suas experiências e, principalmente, usem e abusem dos parênteses, como eu fz cinco vezes nessa postagem.
Boa semana a todos!

sábado, 8 de janeiro de 2011

Boas vindas

Há muito tempo vinha pensando na possibilidade de voltar a ter um blog. Eu comecei três, entre 2003 e 2005, e larguei todos pelo meio do caminho. Falta de tempo, de criatividade, e todas as outras desculpas habituais.
Então, o que me fez voltar? Basicamente, uma razão: sinto falta de registrar reflexões e observações que faço no meu agitadíssimo (graças a Deus!) dia a dia (sem hífen, abolido pela tenebrosa, mas necessária, reforma ortográfica). Comecei a pensar em que canal eu poderia usar para dividir com os outros esses momentos e, depois de rodar daqui, rodar dali, cheguei à conclusão de que seria mesmo um blog, e aqui estou eu, seis anos depois da última tentativa frustrada, iniciando um novo blog. Como é o segundo sábado de janeiro, soa quase como uma promessa de Ano Novo, tipo: "em 2011 eu vou fazer um blog para levar a sério". Deixei para começar agora só para não correr o risco da promessa de Ano Novo ser descumprida antes do pôr-do-sol do dia 1º. Para acabar de vez com a dúvida, visitei os blogs do meu pai, do Tarcísio e da Thaíza (depois posto os endereços dos três, que são ótimos, por sinal) e decidi: seria isso mesmo.
Com isso, a partir de agora, vcs terão no universo da blogosfera a companhia de uma ruivinha terrível nos três sentidos (não sei quais são, mas a discussão está aberta), humor normalmente ácido, muitos parênteses e a mente sempre a mil.
Sejam todos bem-vindos!