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domingo, 28 de agosto de 2011

Quando somos inspirados

            Boa tarde a todos!
            Durante a semana que passou, vivi momentos interessantes, que me trouxeram de volta uma sensação que há algum tempo me faltava. Diante de tantas dificuldades, acabamos ficando vulneráveis à ideia de que somos apenas ocupantes do espaço, sem maiores papeis na vida, no mundo. Esquecemos de todas as coisas maravilhosas que já fizemos e das que ainda podemos fazer, esquecemos do nosso verdadeiro propósito e do potencial que carregamos e que nos permitirá, no momento certo, conquistar aquilo que desejamos.
          A vida nos afasta das pessoas que em tantos momentos iluminaram nossos caminhos, que foram as luzes que nos guiaram quando em volta só havia escuridão. Nos afastamos devido às circunstâncias e pensamos que essas pessoas nos esqueceram, até que, de repente, as encontramos e descobrimos que nada mudou, no fundo. Nessas horas, lembro-me da belíssima canção “You’re still you”, cantada por Josh Groban, que diz: “o tempo muda tudo, uma verdade sempre permanece a mesma: você ainda é você; depois de tudo, você ainda é você”.
          Quando realizamos atividades que sempre nos inspiraram, mas que haviam sido deixadas de lado por falta de tempo, parece que nos reencontramos com a nossa verdadeira identidade. Há menos de uma semana, eu sofria por antecipação; agora, acredito que, mesmo que com dificuldades, tudo, aos poucos, vai dar certo.
          De gente para nos empurrar para baixo, para encher nossas cabeças com suas ideias de pessoas frustradas, o mundo está cheio! Por isso, temos que conservar aqueles contatos agregadores, aqueles que nos inspiram. Nunca devemos deixar de fazer aquilo que nos deixa bem conosco mesmos. Pode ser que não tenhamos mais tempo para fazê-lo com a mesma frequência de antes, mas somos capazes de dar nosso jeito, sempre. Estamos aqui para solucionar, infelizes é que preferem se afundar nos problemas.
         Quando somos inspirados, nos damos conta de que, mesmo que apenas nas lembranças, sempre temos de onde tirar forças para seguir em frente. E quando descobrimos isso, podemos tudo!

domingo, 14 de agosto de 2011

Aos 23, pela última vez

Boa tarde, queridos leitores. Era para esse post ter saído ontem, mas, devido à mesma correria de sempre, aí vai o último texto que escrevi aos 23 anos:

Hoje é dia 13 de agosto de 2011. Hoje, pela última vez na vida, eu tenho 23 anos. Daqui a algumas horas estarei formalmente mais velha (digo formalmente porque envelhecemos a cada dia, mas só nos lembramos disso quando a data é marcada no calendário) e, portanto, tudo que eu não fiz entre o dia 14 de agosto de 2010 e hoje, nunca mais farei com essa idade. Poderei fazer na segunda-feira, dia 15 de agosto, mas já terei 24 anos então.
O ano que se passou desde o meu último aniversário foi de grandes reflexões e descobertas. Lembro-me que, há um ano, eu estava preocupada com o que faria da minha vida, já que havia terminado um estágio que não foi seguido de contratação, estava a quatro dias da minha colação de grau e me encontrava sem trabalho. Os três meses que eu passei desempregada em 2010 me fizeram lembrar de algo que aprendi lá no início da faculdade, quando eu ainda nem havia completado 18 anos: todos temos várias habilidades e, quando aquelas que desenvolvemos nos nossos cursos não dão o devido retorno, devemos, sim, usar as outras.
Essa dificuldade passou, consegui emprego num ambiente do qual gosto, com um grupo do qual eu me sinto parte e, agora, entendo que valeu a pena esperar. São muitos os projetos para o futuro, as idéias que circulam na mente, mas hoje me sinto bem mais segura para colocar isso, aos poucos, em prática.
Porém, o maior saldo desses últimos doze meses, para mim, foi a retomada de parte do que deixei para trás em nome de um sonho que virou pesadelo. Entre pessoas, atividades e hobbies, o que tenho a dizer é que, um ano depois, já voltei a ser parte do que eu era.
Ah, e também tem esse blog, minha feliz realização de 2011, por onde vocês passam e compartilham um pouquinho das minhas ideias e impressões. Por isso, agradeço imensamente a vocês, queridos leitores, pelo carinho e apoio a esse projeto que eu toco a passos lentos, mas constantes. Muito obrigada, é tudo o que eu posso dizer hoje, aos 23, pela última vez.
No próximo post, cujo assunto ainda não está na minha cabeça, já terei 24.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

"Coração de vidro" revisitado

Coração de vidro é um livro escrito por José Mauro de Vasconcelos que marcou minha vida. Na infância, fui presenteada com ele por minha mãe, que exigia que eu lesse cada uma das suas quatro pequenas histórias em voz alta, durante quatro dias. Ela não se importava muito se eu entenderia o que cada uma daquelas narrativas significava, mas queria que eu adquirisse mais vocabulário e, por isso, me fazia ler essas coisas “de adulto”.
Cresci e, já no início da adolescência, passei a olhar o livro com outros olhos. As histórias do pássaro azulão (A missa do sol), do peixinho Clóvis (O aquário), do cavalo de corrida (O cavalo de ouro) e da mangueira que acaba reduzida da um resto de tronco (A árvore) me emocionavam muito, achava triste ver como a natureza era desprezada pelos seres humanos na fazenda em decadência que servia como cenário.
Existem livros que devem ser retomados de vez em quando. Cada um tem os seus preferidos e, entre os meus, está Coração de vidro. Livros revisitados sempre trazem percepções diferentes a cada vez em que os lemos. Recentemente, ao reler o pequeno livro de José Mauro de Vasconcelos, percebi que, mais do que mostrar a relação dos seres humanos com a natureza (relação que é, muitas vezes, de total desrespeito), cada uma daquelas historinhas que apresentam animais e plantas como protagonistas possui um forte elemento alegórico. Assim, notei que todos nós podemos ser parecidos com cada um daqueles seres tão bem descritos na obra.
A primeira das histórias, A missa do sol, em especial, me trouxe uma reflexão muito forte, que eu preciso compartilhar. Trata-se da vida de um lindo azulão que, entediado com a vida tranqüila junto a seu bando na floresta, resolve se aventurar nuns fios elétricos recém-descobertos na região e acaba preso em um alçapão. É levado para a cidade, conhece outro pássaro engaiolado, descobre o que são o exílio e a fuga e, angustiado por estar longe da vida que deixou na floresta, desiste de viver: não come, não bebe, não canta, até que, um dia, seu dono o pega com as mãos abertas e ele tem a oportunidade de fugir. Seu companheiro de gaiola canta para que ele fuja, mas, por ter deixado de se alimentar, o pássaro está fraco demais para levantar as asas.
Assim somos nós, que muitas vezes estamos presos em situações angustiantes, mas que, nem por isso, devemos nos deixar enfraquecer, pois nunca sabemos quando chegará a oportunidade de batermos nossas asas e levantarmos vôo rumo à liberdade que tanto desejamos. E, às vezes, essa oportunidade está bem ao nosso alcance e, por estarmos frágeis demais, a deixamos passar.