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sexta-feira, 22 de julho de 2011

Desusos

     Bom dia, queridos leitores!
    Depois de meses de baixa produtividade, mesmo que eu não escreva mais até o dia 31, julho vai acabar com mais posts do que abril, maio e junho. Isso é ótimo, pois significa que estou inspirada.
    Esses dias me peguei pensando em um texto, em verso, atribuído a Luís Fernando Veríssimo, “Tudo mudou”, que fala da substituição de objetos e nomes de coisas com o passar do tempo. Desconfio que a autoria não seja dele, até porque não seria o primeiro texto com o qual isso acontece, mas o poema chama a atenção para mudanças que ocorrem de forma tão natural que só nos damos conta tempos depois.
    Lembrei desse texto porque, esta semana, passei perto de uma locadora de vídeo e vi um grande número de exemplares em VHS. Sim, isso mesmo, VHS! As próprias locadoras já são algo meio em desuso, lutando para sobreviver diante da concorrência dos DVDs baratos das Lojas Americanas e dos camelôs quem vendem, às vezes, “3 por 10”. As que sobrevivem, em sua maioria, só trabalham com DVDs (que, aliás, também tendem a desaparecer em breve com a tecnologia do Blue-Ray se popularizando).
Sou do tempo em que vídeo cassete era luxo e que locadoras eram um bom negócio. Existia uma, perto do colégio onde eu estudava, que era enorme, tinha ar condicionado central, vendia outros produtos (doces, refrigerantes, filmes fotográficos, etc.) e tinha um excelente acervo. Lá, onde trabalhavam meus queridos Deborah e Dario, houve a tentativa de adquirir DVDs para o acervo e fazer a devida adaptação à nova tecnologia. Contudo, poucos anos depois, quando muitos dos confortos que existiam no início já haviam sido cortados (o tal ar condicionado e as portas de vidro), a loja veio a falir, como tantas outras, maiores ou menores.
    Hoje em dia os aparelhos de DVD são baratos e ainda existe a facilidade de assistir na tela do computador, que já vem de fábrica equipado com leitor para esse tipo de mídia. Fitas VHS não fazem a menor falta, uma vez que não é necessário rebobinar DVDs...
    Outra observação de algo que caiu em desuso que me ocorreu recentemente refere-se a algo que me aterrorizou por um bom tempo. Que a ortodontia faz uso de métodos de tortura que datam da Idade Média, todo mundo que usa ou já usou aparelho sabe. Para o nosso sorriso ficar bonito, somos submetidos a dores inimagináveis! Agora, quando eu era mais nova, morria de medo de ter que usar aquele modelo externo, que era preso na nuca e tinha o carinhoso apelido de “freio de burro”.
    Felizmente, o progresso também chega para a área clínica (espero que meus netos possam usar aparelho sem viverem com a boca machucada e sentindo dor na testa, no nariz, na nuca...) e, até onde sei, os “freios”, se não foram aposentados de vez, andam restritos a casos bem especiais, ao ponto de quase não se ver mais ninguém que os utilize. Eu, pelo menos, não vejo há muitos anos (graças a Deus!).
   Esses dois exemplos são apenas os que vieram à minha cabeça recentemente, mas existem outros que comprovam que, assim como acontece quando eu vejo as fotos entre os amigos de colégio e comparo nossas caras ontem e hoje, também acontece com as coisas que facilitam nossa vida: ainda bem que elas só mudam para melhor.

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