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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Que tal nascer de novo?


Boa tarde, queridos leitores! Fevereiro tem rendido bastante, isso é ótimo, principalmente para quem acompanha esse blog desde o início e sabe da baixíssima frequência dos meus posts.
Esses dias estive me lembrando de uma professora que tive em 2003, quando cursava o segundo ano do Ensino Médio. Não foi minha professora preferida e nem aquela de quem eu tenha ficado mais amiga, porém, foi a que me deixou uma das maiores lições dos tempos de colégio.
Ela era bem forte, muitos quilos acima do peso que se convencionou como padrão para a altura dela. Não era a única e nem a mais gorda do colégio, porém, um dia ela viu, escrito numa parede da minha sala, o nome dela seguido do adjetivo “gorda”. Ninguém soube do ocorrido naquele dia, porém, uma semana depois, ela encerrou a aula uns dez minutos mais cedo e, com a turma toda reunida, disse, mais ou menos com essas palavras:
“Na semana passada, enquanto entregava provas, vi, escrito na parede, meu nome junto ao adjetivo ‘gorda’. Como eu corrijo provas e trabalhos, sei exatamente quem foi que escreveu. Tudo o que tenho a dizer é: para minha gordura há solução; para mau-caratismo, não. Eu tenho 39 anos, dois empregos, pago minhas contas e tenho um marido maravilhoso, mais novo que eu, que ganha bem e ainda paga parte das minhas contas por mim. Eu estou gorda, mas, na hora em que eu quiser, emagreço, mas quem escreveu é feio, não pega ninguém, nenhuma menina gosta, e mesmo assim se acha no direito de querer humilhar os outros.”
Nunca se soube quem escreveu, mas nunca gostaria de estar na pele do indivíduo quando ela falou isso.
Corta para 2012. A fofíssima Julie Lourenço, criança de 4 anos do interior de São Paulo que fez sucesso no You Tube com seus tutoriais de maquiagem lançou um vídeo sobre bullying. Ela contava que, na escola dela, existia um menino que a chamava de gordinha, mas ele era horrível. Contava, inclusive, que o menino já a havia empurrado simplesmente por ela ser gordinha, do que ela se defendia dizendo: “Mas eu não sou!”. Seguia-se, então, uma série de conselhos, dizendo que não adiantava contar aos pais ou à professora, porque o menino não iria parar. Então, as meninas precisavam saber o que fazer nessas horas. E aí, vinha a grande pérola, maior verdade de 2012 na minha vida:
“Você uma princesa linda, de vestido rosa! E não se esqueçam: além de feios, eles são burros, e nós somos lindas e superiores! Se a gente é gordinha, a gente pode emagrecer; e eles que são feios? Vão ter que nascer de novo! HAHAHAHAHAHA!!!!”
Mas, por que eu juntei exemplos tão distantes no tempo para falar da mesma coisa? É simples. Soube que tem uma mulherzinha que anda dizendo por aí que eu estou muito gorda. É certo que não estou mais na magreza sustentada a seis xícaras de café por dia do início de 2010, que ganhei peso na época em que estava estudando à noite, mas, daí a dizer que estou muito gorda, ou é miopia extrema ou inveja que em si não cabe de tão grande.
O que eu tenho a dizer para essa mulher horrorosa, mutilada e incompleta, é que, se eu engordei, eu também posso emagrecer, quase com a mesma velocidade. Não faço isso porque não estou desesperada, sou mais feliz hoje que posso comprar para comer tudo o que eu gosto, sem passar vontade de nada. Não estou obesa, mórbida muito menos. Tenho me controlado porque sinto falta da silhueta mais enxuta, mas sem agonia, sem estresse. É melhor estar assim do que ser igual a ela, uma bruxa frustrada e amargurada, morta de inveja de tudo e de todos, e que está se matando, de verdade, cada vez mais.
Comedora de lixo, relinchadora do inferno! Dobre três vezes essa nojeira que você chama de língua antes de se referir a mim, principalmente na frente dos outros, porque eu não sou da sua laia! E aproveito para deixar uma dica: porque você não aproveita o tempo que gasta falando de mim e querendo saber da minha vida e tenta nascer de novo? Vai que dá certo?

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