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quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Olha o macaco do rabo comprido!

Boa noite a todos!

 Para quem não sabe, hoje, dia 20 de janeiro, é feriado no Rio, dia de São Sebastião, padroeiro da cidade. Hoje não trabalhei e, por isso, estou agora no computador (pois normalmente chego nem querendo olhar para essa máquina).
 Os dias da semana até aqui passados foram bem interessantes, e uma ideia para escrever aqui vinha martelando na minha cabeça desde o fim da semana passada. Informações que chegam daqui, pedaços de conversas ouvidos ali me lembraram muito uma história que minha mãe me contava na infância (a qual ela, por sua vez, também aprendeu em tal fase da vida).
 Não vou contar a história em detalhes aqui, mas ela trata de um macaco de rabo comprido, que se irritava ao ouvir, por onde passava, os outros gritando: "Olha o macaco do rabo comprido!". Ao longo da narrativa, ele vai ao barbeiro, pede que esse lhe corte o rabo e depois se irrita porque os outros, quando o vêem, gritam: "Olha o macaco sem rabo!".
 Guardadas as devidas proporções e os detalhes da fábula, essa história me voltou à mente agora, quando eu, aos 23 anos, acumulo experiências traumáticas envolvendo pessoas que se dizem guardiãs da moral e dos bons costumes.
 Quem me conhece sabe da minha antipatia total e irrestrita a pessoas moralistas. Sábio foi Nelson Rodrigues quando escreveu que, a quem lhe apresentasse um moralista, ele mostraria um devasso. A vida mostra que é assim mesmo: quem se ocupa demais em vigiar e apontar possíveis desvios alheios está, na verdade, muito preocupado em esconder os próprios, que normalmente são mais graves.
 Eu sei que isso pode parecer "sabedoria de para-choque de caminhão", tipo: "falar de mim é fácil, difícil é ser eu", ou "falar de mim é fácil, quero ver é pagar minhas contas". Infelizmente, a realidade é essa.
 Só que "o mundo gira, a gente gira tudo ao redor"  (genial, Dudovshka!), e sempre existem olhos suficientemente abertos para enxergar, memórias suficientemente ativas para lembrar. O barbeiro (que pode assumir a forma de ascensão social, profissional, conversão religiosa, mudança de estado civil ou de endereço, e por aí vai), por melhor que seja o corte que faça, sempre deixará vestígios de que ali existiu um rabo comprido, mesmo que, aparentemente, o macaco esteja sem rabo.

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